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A mãe de Alice tomou um dos pratos e o colocou de lado. Dele caíram algumas gotas de água que rolaram sobre a mesa.

- Secaste estes pratos Alice? Perguntou ela.

- Oh, mamãe, exclamou Alice descontente, porque sempre encontra à senhora defeito no que eu faço?

- O que merece ser feito, merece ser bem feito, respondeu a mãe com voz serena.

- Eu não gosto de enxugar pratos, resmungou de mau humor a pequena.

- Oh, suspirou a mãe, quanto gostaria de encontrar maneira de fazer-te compreender a importância de fazer as coisas corretamente! Algum dia alguma coisa muito importante irá depender de quão bem hajas feito teu trabalho... .

- Oh, não se aflija mamãe, interrompeu Alice, tudo sairá bem!

E acrescentou:

- Posso usar agora a máquina de costura?

A mãe pensou: “Se Alice ao menos fosse tão conscienciosa a respeito de outras coisas quanto o é sobre suas costuras”.

Alice gostava de costurar. Fazia pontos nítidos e iguais. Gostava especialmente de casear. As casas que fazia eram bem feitas e fortes.

- Quando eu crescer irei ser costureira! Dizia a menina com orgulho.

Alguns dias mais tarde, Alice estava na escola fazendo os exercícios de aritmética, quando de repente a campainha grande da parede começou a tocar. Ouviu-se três toques curtos, um momento de silêncio e em seguida outros três toques curtos.

Isto significava incêndio! Com presteza e serenidade, a professora conduziu a classe para a janela onde ficava a saída para os casos de incêndio.

- Talvez não seja mais que outro exercício pensou Alice. Oxalá deixem de fazer tantos exercícios! Não me agradam nada.

Porém de repente sua atenção foi despertada pelo silvo agudo de uma sirena. Eram os bombeiros que chegavam! O coração de Alice começou a bater rápido. Era realmente um incêndio! Os meninos iam saindo para o campo de recreio.

Algumas das meninas menores começaram a chorar, porém não Alice. Ela pensava:

- De que vale chorar? Temos tido tantos exercícios para os casos de incêndio que todos já devem estar fora do edifício.

Olhou para cima e se admirou de que já houvesse uma cadeira ardendo na plataforma do segundo andar. Dir-se-ia que, nos momentos de agitação, alguém havia posto aquela cadeira, agora ardendo, sobre a plataforma da via de escape.

De repente se ouviu um grito, e ao levantar os olhos, Alice viu na parte superior da escada de escape sua própria irmãzinha Júlia. Como havia a pequena ficada para trás? Talvez tivesse saído ao corredor para tomar água, pois Júlia estava sempre querendo tomar água. Talvez houvesse outro motivo, porém, tudo o que Alice podia pensar nesse momento era que sua irmãzinha estava só na parte de cima da escada de emergência, e na plataforma que ela devia atravessar, havia uma cadeira em chamas. Que iria a pequena fazer? Como poderia passar?

- Espera! Gritaram a Júlia os bombeiros. Fica aí quietinha que te vamos buscar.

Júlia, porém, estava muito assustada para ficar quietinha e para escutar o que lhe diziam. Ficou um momento olhando a multidão em baixo, e logo começou a trepar pela sacada de ferro, em cuja parte superior havia várias pontas.

- Não! Não faças isso! Gritaram todos de uma vez. Não faças isso Júlia, espera que te vamos buscar!

Mas Júlia continuou subindo pelo gradil. Isso lhe era difícil, por causa das pontas de ferro que ficavam a pouca distância umas das outras. Conquanto fossem providenciadas em seguida escadas por onde os bombeiros subiam até próximo de Júlia, esta trepava demasiado depressa para que a alcançassem. Passou por cima das pontas de ferro e, de repente, escorregou.

Alice fechou os olhos e dela se apoderou um medo espantoso que nem lhe permitia gritar. Fechou os olhos e elevou uma curta oração a Deus: “Oh, Senhor, salva Júlia!” De repente a multidão deixou escapar um grito, e Alice abriu os olhos. Viu um homem bombeiro na parte superior da escada, e ali estava Júlia também. Estava presa ao gradil, pois seu vestido se enroscava numa das pontas e o bombeiro a estava tirando dessa posição perigosa.

Quando o bombeiro chegou em baixo, meia dezena de mãos se ergueu para ajudá-lo. Júlia chorava, mas estava sã e salva! O bombeiro dizia:

- A salvação foi às casas bem feitas do vestido desta menina. Uma das casas se enganchou numa ponta, e se não fosse forte... .

Uma casa forte! Alice havia caseado o vestido de Júlia, e o fizera de maneira sólida e forte, pois lhe agradava fazer qualquer espécie de costura.

Mas, que teria acontecido se ela não gostasse de coser? Admitamos que ao fazer as casas, fosse essa uma das coisas que lhe desagradasse fazer? A menina estremeceu ao pensar nisso. Tivesse ela feito as casas descuidadamente e Júlia não estaria com vida agora.

Essa noite Alice enxugou os pratos para a mamãe. Secou-os com muito cuidado e reflexão. Lembrava-se de todas as outras coisas que havia feito com negligência, pouco se lhe dando que saíssem bem ou não. Decidira que não mais seria negligente. Havia aprendido que algumas vezes uma vida depende de haver uma pessoa sido cuidadosa ou não.

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